Gi Rabelo tem interesse
na reafirmação da vida, nas estratégias do viver e na criatividade como fonte
de energia vital.
Diante de uma espécie
biológica que age irracionalmente em direção à própria morte e a das demais
espécies, Gi Rabelo quer que seu trabalho desperte a atenção para outros
valores possíveis, sensibilizando o público com a sedução e a potência das
cores e das formas.
Observa-se a
reafirmação da vida em várias oportunidades, como por exemplo, quando as
populações se manifestam contra as guerras, ou quando ao neoliberalismo se
contrapõe a organização dos trabalhadores ou quando a exploração irracional dos
ecossistemas encontra resistência na ideia de sustentabilidade do planeta.
Nessa mesma resistência
à barbárie está o trabalho da presente artista - que considera sua obra como
uma frente de batalha.
Consciente de que há
várias saídas para que se tenha um mundo saudável para todos, apesar da
mensagem inversa e opressiva da mídia convencional, a artista valoriza o ato de
criar como algo revolucionário.
Lutar não
necessariamente é pegar em armas e lançar-se nas disputas dos povos pelo mundo.
Lutar é também se manter
criativo, vivo e forte para o necessário aprendizado contínuo da vida.
O Universo é rico,
plástico, muito mais vivo do que comumente se diz sobre ele. Aqui se encontram
todos os venenos, mas também todas as curas.
A partir da
sensibilidade da artista, essas linhas e formas coloridas começaram a existir
no mundo, alterando-o. Esse ato germinal sai procurando caminhos, uma vez que
são atos vivos, carregados de energia. Dessa forma, os atos criativos são
sementes que podem ter sucesso em despertar nos indivíduos algum estímulo,
experiência sensorial, emocional, intelectual, ou mesmo lembranças e
motivações, ou seja, algo que mude as coisas de lugar. As experiências que
temos ao longo da existência no nosso laboratório individual - que é a vida de
cada um – são o presente que recebemos por um milagre, por algo sagrado ou
mesmo por simples sorte, entre outras possibilidades, a depender da concepção
filosófica de cada um.
Enfim, há aqui a
valorização da vida como um templo em que ela é celebrada e respeitada. Nossa
sobrevivência e nossa humanidade dependem da nossa criatividade. O trabalho
procura trazer à tona a linguagem do indizível, pois nem tudo que é relevante
pode ser traduzido pela fala.